Como fazer uma oração de libertação?

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A Igreja não oferece nenhum rito especifico de oração de libertação, embora o Ritual de Exorcismo no Apêndice II ofereça algumas orações sob o título de Súplicas que podem ser usadas particularmente pelos fiéis na luta contra os poderes das trevas.

O Pe. Orfila, sacerdote da Diocese de Gibraltar, com vasta experiência no ministério de libertação, escreveu ao Padre Forte certa vez:

“Não existe uma oração específica para a libertação. Oramos pela libertação da mesma maneira que poderíamos fazer para a chuva ou para encontrar um estacionamento.”

Summa Daemoniaca, Questão 145

Pode parecer simples esta colocação do sacerdote, porem são sábias suas palavras uma vez que na luta contra o demônio jamais podemos colocar nossa confiança nas coisas, mas somente em Deus, ou seja, a oração de libertação não é uma “fórmula mágica” que obriga o demônio a sair, ela é uma prece de um coração que crê e clama a Misericórdia de Deus sobre si ou alguém.

Além disso, o fato de não existir uma oração determinada pela Santa Igreja, a oração de libertação dá a liberdade de se adaptar a cada caso com o que se crê ser mais adequado, por isso é necessário pedirmos sempre a Deus o dom do discernimento.

Saiba que mesmo uma oração expontânea pode ser uma oração de libertação poderosa, desde que feita com fé e em estado de Graça. Existem muitos livros publicados com diversas orações de libertação que nos auxiliam neste processo de libertação, inclusive com orações eficazes de renúncia ao mal.

Em seu livro Summa Daemonicada, Padre Fortea nos sugere uma forma de organização (roteiro) para o Ministério de Libertação. Este ministério é muito comum dentro movimento da Renovação Carismática Católica (RCC), e quando bem direcionado traz muitos frutos para a Igreja, porem é importante dizer que não é exclusivo ao movimento eclesial, visto que o poder de libertar esta somente em Deus, e por graça é dado a todo batizado conforme São Marcos 16,17:Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, é dado a Igreja.

O Catecismo da Igreja Católica nos diz ainda:

  1. E porque o Batismo significa a libertação do pecado e do diabo, seu instigador, pronuncia-se sobre o candidato um ou vários exorcismos. Ele é ungido com o óleo dos catecúmenos ou, então, o celebrante impõe-lhe a mão e ele renuncia expressamente a Satanás. Assim preparado, pode professar a fé da Igreja, à qual será confiado pelo Batismo.
  2. A unção com o santo crisma, óleo perfumado que foi consagrado pelo bispo, significa o dom do Espírito Santo ao novo batizado. Ele tornou-se cristão, quer dizer, ungido pelo Espírito Santo, incorporado em Cristo, que foi ungido sacerdote, profeta e rei.
  3. A veste branca simboliza que o batizado se revestiu de Cristo: ressuscitou com Cristo. A vela, acesa no círio pascal, significa que Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os batizados são a luz do mundo (Mt 5, 14).

O recém-batizado é agora filho de Deus no seu Filho Único e pode dizer a oração dos filhos de Deus: O Pai-Nosso.

Quando os discipulos pedem a Jesus que os ensinem a orar, Jesus ensina a eles a oração do Pai-Nosso, que é uma oração poderosa de libertação ensinada pelo lábios do Senhor. Quando falamos: “mas livrai-nos do Mal” estamos pedindo que O Senhor Jesus nos liberte do poder de Satanás.

  1. Na última petição: «mas livrai-nos do Mal», o cristão roga a Deus, com a Igreja, que manifeste a vitória, já alcançada por Cristo, sobre o «príncipe deste mundo», Satanás, o anjo que se opõe pessoalmente a Deus e ao seu plano de salvação.

Vamos ao roteiro:

  1. Todos de joelhos podem começar com um pedido pessoal a Deus, em silêncio, para que Ele os ajude a levar adiante o ministério;
  2. O coordenador do grupo deve pedir a Deus, nessa oração pessoal silenciosa, que o inspire sobre o que deve fazer, que o ajude a discernir e que não permita que se caia no erro no tratamento desse caso;
  3. É conveniente que quem dirige o ministério faça uma oração improvisada em voz alta;
  4. Invocar a todos os santos com a ladainha;
  5. Rezar um Salmo ou ler um trecho da Sagrada Escritura. Sempre é bom pedir a Deus com suas próprias palavras ou escutar o que Ele nos tem a dizer;
  6. Oração deprecativa a Deus, pedindo que livre de toda influência maligna a pessoa;
  7. Fazer questão das orações deprecativas, nas ordens, alternando-as com cantos, rosários, oração em línguas, etc., segundo o critério que julgue ser conveniente quem dirige o momento de oração.

As orações de libertação, ás vezes conseguem seu efeito em poucos minutos, mas em outras ocasiões, podem ser necessárias muitas sessões.

Os grupos de oração de libertação devem ensinar aos que se diregem a eles pedindo ajuda, a como realizar as orações de autolibertação e buscar sobretudo os sacramentos e vivencia eclesial, e jamais deixar as pessoas criarem dependência de si ou cair na tentação de achar que podem realizar algo. Tudo é Graça de Deus.

“16.Em verdade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu Senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou.”

São João, 13

Vamos orar juntos?

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