Virtudes, remédio contra os vícios

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Sabemos que o pecado original deixou marcas profundas em nós, já observou que temos uma tendência ao exagero? E como nos ensinam os mestres espirituais, o exagero é uma das raizes do pecado.

Perceba como ora somos exagerados em uma busca desenfreada pelos prazeres desse mundo, ou na busca por riquezas passageiras que acabam por nos tirar do caminho que Deus traçou para nós, e assim acabamos negligenciando o nosso chamado.

Uma das virtudes que mais nos falta é a temperança, ou seja o equilibrio. Esta virtude é como um freio, imagine um carro desgovernado sem freio, a temperança é como este freio que nos tira de um ritmo mundano e nos coloca novamente para no centro da vontade de Deus.

Quantas vezes o nosso “carrinho” esta acelarado e agitado demais não é mesmo?

A temperança é a virtude moral que modera a atracção dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas paixões do coração

Catecismo da Igreja Católica, 1809

Mas porque precisamos das virtudes?

A respeito disso o Catecismo da Igreja Católica no número 1811 diz: “Não é fácil, ao homem ferido pelo pecado, manter o equilíbrio moral. O dom da salvação, que nos veio por Cristo, dá-nos a graça necessária para perseverar na busca das virtudes.”

Mas então, o que é uma virtude?

As nossas emoções e os sentimentos podem ser assumidos pelas virtudes, ou pervertidos pelos vícios. Em resumo virtudes são bons atos praticados constantemente até gerar o que chamamos de hábito, por outro lado os vícios são atos maus praticados constantemente gerando maus hábitos.

A repetição dos pecados, mesmo veniais, gera os vícios, entre os quais se distinguem os pecados capitais.”

CIC, 1876. 

Por exemplo, uma pessoa não se torna humilde do dia para noite, a humildade é “adquirida” a partir de constantes atos de humildade, que aos poucos vão nos transformando. A humildade é como o cimento que sustenta a base de um edifício, sem ela, é impossível manter-se de pé na vida espiritual.

“A pessoa santa é humilde, quando é repreendida, arrepende-se da falta que fez. Ao contrário, quem é orgulhoso fica magoado quando é corrigido. Fica magoado por ver descoberto o seu defeito e por isso responde e indigna-se com quem o adverte.”

A Prática da Humildade, Papa Leão XIII

Virtudes vs Vícios

Evágrio Pôntico, no século IV ensinava que cada virtude que recebemos de Deus é como que um antidoto para vencermos os vicios da carne:

  • Deus deu ao homem a virtude da temperança para que resistisse aos exageros da gula;
  • Deu-nos a castidade para evitarmos a luxuria;
  • A caridade para vencermos a avareza;
  • A solidariedade para vencermos a inveja;
  • A disposição para lutarmos contra a preguiça;
  • A paciência para lutarmos contra a ira;
  • A humilidade para vencermos a vaidade, a soberba e o orgulho;

Então podemos dizer que cada uma das virtudes que recebemos do Senhor é responsável pelo combate a um pecado, pois o pecado é a perversão de uma virtude.

São Padre Pio costumava ensinar que:

“A humildade e a caridade (amor) são as cordas mestras. Todas as outras virtudes dependem delas. Uma é a mais baixa; a outra é a mais alta.”

Créditos da imagem: Freepick